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1 Auto do Fim de Capina
Cantos do Fim de Capina – Jequitibá/MG
Fonte: Mestre Nelson Jacó e grupo de
cantadores de Jequitibá
eu entrei na mata adentro
com meu machado amolado
dei um golpe na peroba
que foi um tombo danado
vou levar ao estaleiro
pra fazer um taboado
puxa a serra Mariquinha
deixa de balanciar
na roça do meu patrão
era cueio só
tinha cueio pra danar
toda moita que chegava
via cueio espirrar
lá na roça do major
vamos vamos minha gente
uma noite não é nada
eu e meus companheiros
olha lá rapaziada
era cueio só
lá na roça do major
sete e sete são catorze
três vez sete vinte e um
todo mundo tem amor
eu só que num tenho nenhum
era cueio só
lá na roça do major
cê de lá e eu de cá
ribeirão passa no meio
cê de lá dá um suspiro
eu de cá suspiro e meio
era cueio só
lá na roça do major
era cueio só
ói o boi tá na roça
óia o boi, sinhô
óia o boi, sinhá
óia o boi tá na roça
comendo espiga grossa
na roça do patrão
tá comendo feijão
esse boi é ladrão
esse boi não é não
porque na porteira
tá faltando moirão
olha o boi, sinhô
esse boi é meu
foi patrão quem me deu
tira a canga desse boi
compadre Argeu
esse boi é assim
que me deram pra mim
tira a canga desse boi
ô compadre Joaquim
óia o boi, sinhô
óia o boi, sinhá
canoa virou, tornou revirar
porque o canoeiro não soube remar
de bico pra cima, piloto pro ar
ô rio abaixo, rio acima
mas tudo isso eu já beirei
é para ver amor de longe
porque o de perto eu já deixei
[cueio = coelho]
Vozes:
Leticia Bertelli e Marcela Bertelli
Violão:
Leandro César
Rabeca:
Alexandre Gloor
Percussão:
Carlinhos Ferreira
Arranjo:
Kristoff Silva
BR6LA1500001
2 Penerô Gavião
Canto de colheita de café – Bocaiuva/MG
Fonte: Dona Zezinha e Dona Raimunda,
integrantes do Catopê de João do Lino Mar
BR6LA1500002
3 Punhadim
Canto de farinhada – Olhos D’Água /MG
Fonte: Antônio Graciano e Terezinha Dias,
por Wilson Dias
ppenerô, penerô, penerô gavião,
penerô nos ares para voar
namora pai, namora mãe, namora filha
eu também sou da família
também posso namorar
menino me queira bem, gavião
que eu também tô te querendo
um bem se paga com outro, gavião
nada fico te devendo
baixa, baixa limoeiro, gavião
eu quero tirar um limão
quero tirar uma nóida, gavião
que tem no meu coração
você diz que me quer bem, gavião
você não me quer bem não
quem quer bem tem outro jeito, gavião
porque dá demonstração
eu só corto a bananeira, gavião
quando o cacho está de vez
ou me ama com firmeza, gavião
ou me deixa de uma vez
eu cacei no ABC, gavião
a letra de minha paixão
encontrei todas as letras, gavião
coloquei no coração
menino dos olhos pretos, gavião
sobrancelha de veludo
o teu pai não tem riqueza, gavião
mas teus olhos valem tudo
falo bem, ô menina, gavião
muita palavra que deu
uma pedra deu na outra, gavião
teu coração deu no meu
mamãe pra me ver casada
prometeu tudo que tinha
depois de me ver casada
deu um saco de farinha
o saco era tão grande
a farinha era um punhadim
mariquinha eu vou-me embora
pra ganhar mais um tiquim
conheço muitas meninas
que beleza e graça tem
mas é uma só que eu amo,
Mariquinha e mais ninguém
o dinheiro de São Paulo
é dinheiro excomungado
o dinheiro de São Paulo
que levou meu namorado
Vozes:
Leticia Bertelli e Marcela Bertelli
Violão e Marimba de vidro:
Leandro César
Rabeca:
Alexandre Gloor
Percussão:
Carlinhos Ferreira
Arranjo:
Rafael Martini
Vozes:
Leticia Bertelli e Marcela Bertelli
Violão:
Leandro César
Rabeca:
Alexandre Gloor
Pandeiro:
Carlinhos Ferreira
Arranjo:
Kristoff Silva
BR6LA1500003
4 Lavadeiras
Canto de lavadeiras
Comunidade do Souza, Jequitibá/MG
Fonte: Marly Maria de Souza
ô, Meu Deus!
tomara essa peste já se acabe
as mulé-dama da Barra
estão todas passando mal
as barcas passam por fora
só incostô Humaitá
os remeiros responderam
ô Humaitá, forte em viaje e demora
Vozes:
Leticia Bertelli e Marcela Bertelli
Violão:
Leandro César
Rabeca:
Alexandre Gloor
Percussão:
Carlinhos Ferreira
Arranjo:
Felipe José
barca grande vai correndo
no pano pra Cachoeira
o piloto vai dizendo
haja remo, companheiro
chorô, Rosalina chorô
vô m’imbora, vô m’imbora
é mentira, não vô não
quem vai lá é o meu corpo
mas não vai meu coração
eu subi serra de fogo
com percata de algodão
a percata pegô fogo
E eu subi de pé no chão
vosmicê, siá Rosalina
veja as coisa como é
no rio de São Francisco
só tem peixe e jacaré
lá no céu tem sete estrelas,
mas não fui eu que contei
seu amor está tomado,
mas não foi eu que tomei
lavadeira, ôi lavadeira
lava a roupa bem lavada, ôi lavadeira
essas meninas daqui são bonitas de verdade
o defeito que elas têm de amar com falsidade
me ajuda companheiro,
nem que seja bem baixinho
que eu sou muito envergonhosa
e não posso cantar sozinha
menina me dá um beijo,
só não quero no pescoço
quero na ponta da orelha,
no lugar que não tem osso
quando eu meto o remo n’água
vejo as areias do fundo
minhas alviças, meu benzinho
chegou clareza do mundo
torno a embalança
me dá um beijo, menina
o carneiro perguntava
aonde a ovelha comia
comia na serra branca
na rama da melancia
quando ela é doce é macia
amanhã eu vou-me embora
saio ao romper o dia
ô dê-lá
ô dê-lada
si eu soubesse qu’eu cantando
meu benzinho aparecia
eu cantava hoje a noite
e amanhã por todo o dia
5 Toadas de Remeiros
Fonte: Arranjo inspirado sobre a obra
Toada dos remeiros do rio São Fran-
cisco, Opus 168, de Ernst Widmer.
A composição de Widmer é baseada
em registros musicais encontrados
in. SOUZA, Oswaldo de. Música
folclórica do Médio São Francisco,
V.2. Rio de janeiro, Conselho Federal
de Cultura, 1980
BR6LA1500005
Vozes:
Leticia Bertelli e Marcela Bertelli
Marimba de Porcelanato:
Leandro César
Rabecas:
Alexandre Gloor
Percussão:
Carlinhos Ferreira
Coro:
Ilumiara
Arranjo:
Leandro César e Alexandre Gloor
BR6LA1500004
6 Canto do Tropeiro
Domínio público – Araçuaí/MG
Fonte: Filomena Maria de Jesus e Wilson Dias
7 Das Pedras
Fonte: Canto de carregadores de pedras de Diamantina /MG In. Angélica de Rezende,
Nossos avós contavam e cantavam – Ensaios folclóricos e tradições brasileiras e
Canto de carregadores de pedras de Itabaiana /PB In. Mário de Andrade, Missão de
Pesquisas Folclóricas, 1938: Sesc SP e Prefeitura da Cidade de São Paulo, 2006
você me chama eu tropeiro
e eu não sou tropeiro não
sou arrieiro da tropa, Marcolino
o tropeiro é meu patrão
os olhos de meu benzinho
são jóias que não se vendem
são balas que me feriram, Marcolino
são correntes que me prendem
menina suspende a saia
mod´a n’água não barrar
que a renda custou dinheiro, Marcolino
dinheiro custou ganhar
os teus olhos são pretinhos
como a noite cerrada
mesmo pretos como a noite Marcolino
sem eles não vejo nada
vou-me embora, moro longe
tem um mato aqui passar
faço dos olhos candeia Marcolino
pra topada eu não dar
ôi, ôi, pedra
pedra, ôi
santo Antônio, ôi
me ajuda, ôi
mover esta pedra, ôi
vamos companheiros, ôi
mover esta pedra, ôi
ôi, ôi,
mover esta pedra, ôi
Voz:
Leticia Bertelli
Marimba de Porcelanato:
Leandro César
Rabeca:
Alexandre Gloor
Efeitos:
Carlinhos Ferreira
Arranjo:
Leandro César
êi, êi, ele leva pedra e ela êi
grandona
ei leva pedra
ei companheiro e ela êi
danada
bole com a pedra
êi, pedrona, ialarrêi
ele leva pedra e ela êi
ei leva pedra e ela êi
êi, pedra pesada não dá
e’leva a pedra, e’leva a pedra,
e’leva a pedra
BR6LA1500006
Vozes:
Leticia Bertelli e Marcela Bertelli
Marimba de Porcelanato:
Leandro César
Rabecas:
Alexandre Gloor
Coro:
Ilumiara
BR6LA1500007
Arranjo:
Kristoff Silva
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